quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um mundo politicamente correto para quem?



Os naturalistas defende que somos o que comemos, eu defendo que somos o que lemos, hoje andei lendo um pouco de Bakhtin sobre a manifestação do discurso e li também um artigo muito legal no site da “planeta sustentável” que fala sobre a cabana monte rosa, uma casa ecologicamente sustentável projetada e localizada nos Alpes suíços, e aí foi um paço e dois palitos para refletir sobre pensamento autônomo e sustentabilidade.
Acredito que estas reflexões vêm em um momento muito propício, afinal a conferência de Copenhague se aproxima e não podemos ficar alheios ao pensamento sustentável e ecológico.
Mas um pouco antes de pensar na ecologia acabei tendo de pensar um pouco na construção do discurso e assim não pude deixar de pensar no que é na realidade essa história do “politicamente correto”. Sempre que me deparo com um assunto difícil eu fico imaginando como eu explicaria isso para uma criança de 5 anos de idade .
Imagina você explicar para uma criança o que é político? Acho que eu diria mais ou menos assim: “Bem, político é um cara que só sabe o que você sonha em ganhar de natal de quatro em quarto anos”.
Será que político deveria ser mesmo isto?Bakhtin enquadra o discurso político na classificação de um discurso de autoridade, isto quer dizer que eu autorizo que o pensamento político tenha significância sobre o meu discurso. Que responsabilidade não é? Se o discurso político é um discurso de autoridade, o politicamente correto determina que há um discurso correto e outros incorretos?E ,sendo assim, como saber qual é um e qual é o outro?
Voltando a questão principal. O que é o politicamente correto no final das contas? Bem, se é politicamente correto gastar uma fortuna com uma casa ecológica na montanha eu não sei, mas o que se pode dizer sobre pessoas que não tem casa nenhuma e passam a vida embaixo das pontes?
O discurso ecológico é importantíssimo e obviamente tem o seu lugar , mas novamente pensando na criança de 5 anos eu imagino ela perguntando “Depois que a gente salvar o planeta, que tipo de pessoa vai sobrar para morar dentro dele?”, neste caso o que é politicamente correto para se responder?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O mundo está mais burro?



Parece que o céu estava carecendo de pensadores, ou será que era o inferno? Não sei, a verdade é que nesta semana ficamos sem Francisco Ayala, um dos grandes humanistas e precursores do pensamento vanguardista da contemporaneidade espanhola e Claude Lévi-Strauss, antropólogo e etnólogo belga, fundador do estruturalismo e um dos grandes pensadores que se dedicou a pensar a grande aldeia de diversidade que é o Brasil.
Claude morreu um pouquinho antes de completar 101 anos e Ayala nos deixou na flor de seus 103 aninhos, todavia eles pensaram de maneira significativa o mundo que os circunscrevia e na minha humilde opinião fora embora ainda cedo demais. Claude e Ayala deixaram o corpo carnal na semana passada e eu já fico pensando quem tomará os seus lugares?
Perceber que está vago aqui na terra dois lugares de pensadores tão significativos deixa sempre meu coração em aflitos pensamentos, afinal, quem tomará o seus lugares? Quem se disporá a pensar o mundo que nos circunscreve?
As opções me causam temor. Sinto arrepios na alma só de imaginar que poderá ser alguma atriz, modelo e manequim ou será que uma famosa apresentadora, de cujo nome não quero lembrar, se candidatará a ser o arauto dos novos tempo?
Percebemos uma constante insistência da mídia em dar voz aos discursos que, a meu ver, não são suficientemente embasados para poder pensar os novos tempos. Ao perder grandes pensadores como temos perdido ultimamente, eu tenho medo que qualquer dia destes o mundo seja pensado pela filosofia enigmática dos jogadores de futebol, ou quem sabe pela genialidade cotidiana dos participantes de shows de realidade, será este o estigma que carregará os novos tempo? O doloroso estigma de ser pensado por pessoas que não dispõem da autoridade suficiente para pensá-lo, pois estão com a agenda lotada por sessões em clinicas de estética e horas de malhação sem sentido?
Admirável mundo novo que têm pessoas deste jeito.... Oh Aldous Huxley se você soubesse o tipo de gente que há neste admirável mundo novo certamente tentaria um acordo para voltar a terra para escrever sobre o nosso tempo, pense nisso, pois estamos mesmo carentes de pessoas como você.
O mundo tem mesmo ficado mais burro? Ou sou eu que envelheço e perco minha fé nas grandes transformações do pensamento da contemporaneidade? Não sei, mas que o Ayala e o Strauss farão muita falta, isso farão... quem ocupará o seus lugares? Aguardem cenas dos próximos capítulos!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Está tudo novo denovo.


O homem sempre teve paixão pelo conhecimento. Nos primórdios da humanidade todos ficavam encantados com as chamas flamejantes do recém descoberto fogo, logo depois cada homem queria aprender a fabricar seus próprios instrumentos e manejar a roda, não demorou muito para que os homens ficassem intrigados com a escrita e com o passar do tempo o homem se encantou pelas artes e logo formava filas gigantescas para conhecer o cinema; mais tarde mal pode esperar para adquirir seu aparelho de TV , telefone e não demorou muito todos queriam conhecer o computador, celular, “smart fone”,” ipod”, “laptop”,”webbook”, simulador de realidade virtual, etc, etc, etc...
A verdade é que nascemos em uma aldeia que fala a mesma língua, a linguagem da comunicação. Esta realidade que nos rodeia trás com ela uma forma especial de posicionamento, afinal a comunicação, a cultura e o conhecimento, nunca foram tão democráticos. Hoje vivemos uma realidade em que garotos de 14, 15 anos, podem gravar e mixar um cd inteiro em uma gravadora de fundo de quintal e postá-lo em espaços como o “myspace”, além disso, vídeos com curta duração podem ser gravados até mesmo de celulares e tornarem-se a nova febre de sites como o “youtube”.Também, a informação, agora, não pode mais ficar nas mãos de um grupo de poderosos pois o mundo se comunica em uma fração de segundos pelo “twitter”; muitos escritores são revelados em “blogs” espalhados pelas redes de comunicação virtual e não mais em noites de autógrafos e em publicações dos mais vendidos das livrarias como a algum tempo acontecia. Nem mesmo os relacionamentos são mais os mesmos, muitos deles iniciam se em “chat” e “MSN” e são destruídos por sites de relacionamento como”Orkut”. Estes são apenas alguns exemplos de mudança desta nova era que se mostra, a cada dia, mais interligada e participante.
Se a geração passada ficou conhecida como a geração do “sexo, drogas e rock’n roll” esta geração poderá ficar conhecida como a geração da comunicação. Hoje o mundo se tornou “o quintal, virtual, de casa”, e já é muito simples se comunicar com pessoas de todo o planeta e saber informações sobre a cultura e os costumes de lugares em qualquer parte do globo.
Em um ambiente como este, informatizado e comunicativo, o conhecimento ficou por muito tempo renegado ao “giz e cuspe” como se costuma chamar a estratégia de ensino mais tradicional, não que esta metodologia não tenha a sua importância e contribuição para o mundo, mas devemos perceber que o conhecimento e o ensino precisam acompanhar a tendência mundial de informação e se valer deste recurso como maneira de melhorar a prática educativa.
A educação a distância vem como uma maneira de interligar o ensino à essa realidade de informatização que é a tendência mundial. Em um mundo em que a cada dia se solicita maior capacitação de profissional e exige se mais tempo de dedicação dos empregados ao seu emprego , a educação a distancia é uma ferramenta muito importante, afinal, desta forma, o aluno pode organizar seu tempo de acordo com sua agenda e pode ter acesso ao aprimoramento profissional tão importante para o seu desenvolvimento.
Claro que a educação a distância não tem apenas vantagens, uma vez que o aluno, como gestor do conhecimento, deve ter redobrada sua responsabilidade em cumprir com os prazos, em fazer as leituras propostas e formular conscientemente os trabalhos a serem enviados para a plataforma, além disto, é fundamental que o aluno de educação a distância tenha intimidade com os recursos do ambiente virtual e que possa transitar por ele com liberdade para que seu aproveitamento seja completo.
De qualquer forma a educação a distância é uma realidade que se tornará cada vez mais presente no mundo moderno, participar deste processo como aluno e educador será uma oportunidade que tende a evoluir juntamente com o homem. Eu acredito que esta nova tendência mundial vem contribuir para que nós, educadores, possamos ampliar as fronteiras do conhecimento para abarcar este mundo que nunca foi tão grande.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Um país que precisa aprender a ler.


O índice de analfabetismo continua praticamente o mesmo, afirma os dados do IBGE divulgados em 2009. Os gráficos mostram que a taxa de analfabetismo média que estava situada entre 10.1% em 2007 sofreu uma queda para 10% em 2008, tornando a diferença praticamente insignificante.
Em um país de proporções continentais como é o Brasil diversos elementos devem ser levados em conta quando se faz uma pesquisa como a que foi realizada pelo IBGE.
Buscando mensurar a quantidade de analfabetos no país, o instituto brasileiro de geografia e estatística revelou uma realidade que já é conhecida pelo povo brasileiro, a dificuldade de acesso a educação de qualidade no país é fato que tem encontrado grandes entraves na evolução média da população rumo à alfabetização.
A realidade é que o Brasil tem investido na educação com a proposta de atingir a meta governamental que garantirá alfabetização à todos. Ultimamente até mesmo as populações distantes da alta floresta amazônica e dos confins do sertão brasileiro estão tendo acesso a programas de alfabetização. Porém, a pesar disto, esta atitude não aumenta a capacidade dos cidadãos de ter acesso a conhecimento e educação de qualidade, uma vez que o padrão estabelecido como meta para se considerar um sujeito como alfabetizado exige apenas que ele saiba assinar o próprio nome por extenso .
A redução de 1% no analfabetismo, demonstrada pelos índices do IBGE, seria algo a ser comemorado, se este 1% da população recém alfabetizada fosse capaz de um pensamento critico e autônomo, o que na realidade não acontece.
Em se tratando da autonomia de pensamento o Brasil ainda encontra índices bem mais altos de analfabetismo, temos uma massa de pessoas analfabetas que não se dão conta de sua condição precária de conhecimento, pois saber ler não é somente saber decodificar um conjunto de signos lingüísticos e nem tão pouco assinar o próprio nome em seu documento de identificação, é muito mais do que isto; para que o sujeito seja senhor de seu próprio pensamento é fundamental que ela saiba quem ele é e os direitos e obrigações que possuí e que se constitua cidadão de suas escolhas e atitudes , que possa pensar e interagir com sua realidade a tornando melhor.
Poucos neste pais tão grande são capazes de perceber verdadeiramente quem são e interagir em seu universo modificando a realidade que conhecem .
Embora os índices de analfabetismo tenham baixado, mesmo que timidamente, o povo continua não sabendo realmente quem é e nem a capacidade que têm.
Porém, nesta época em que se aproximam as próximas eleições presidenciais veremos qual foi a real diferença que este 1% fez, mas eu, continuo sendo pessimista sobre este aspecto.

mudanças


olá galera, a pouco tempo , na verdade a menos de uma semana o cotidiano 25 se tornou cotidiano 26, mas como este blog comemora os meus 1/4 de século existencial irei manter o nome mesmo que o meu olhar sobre a realidade da vida não seja mais de uma jovem mulher de 25 anos , mas com certeza o marco dos meus 25 aninhos mudou muito minha forma de ver , então vamos combinar assim... daqui a mais 25 anos eu estreio outro blog, o cotiadino 50, até lá ainda tem muita água para rolar ok!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sociedade


A sociedade é um ente público responsável por estereotipar o pensamento das massas, nela encontramos a forma de pensar da maioria. Alheia ao universo que a circunscreve a grande massa social se mostra à margem dos reais problemas que enfrenta. No mundo contemporâneo o advento do capitalismo e a criação da sociedade de consumo tornou a distância entre ricos e pobres um abismo gigantesco a ser transposto, além disto, a condição de pobreza e miséria tem batido à porta de cada vez mais pessoas no mundo inteiro.
Apesar dos milhares de problemas que cercam a nossa sociedade, os cidadãos do mundo parecem, de certa forma, anestesiado ou entorpecidos , pois, ao contrário do que se poderia imaginar, a situação de revolta com as condições desumanas em que milhares de pessoas vivem hoje em dia não é muito questionada e até mesmo pouca coisa tem sido feita para que haja uma mudança na condição destes povos.
O mundo se mostra alheio a realidade que vem enfrentado. É evidente que há o esforço de uma minoria em refletir sobre as condições do planeta e buscar solução para os embates da fome e da miséria , mas esta minoria não representa a sociedade em seu corpo máximo que demonstrar uma conformidade assustadora frente a um problema tão grave quanto o drama da pobreza.
Mas ao que se deve esta alienação social? O comodismo imposto pela sociedade consumista que cria uma avalanche de informações e de diversão manipulada, o tão famoso, “pan y circo”, grego; faz com que o conformismo impere e não haja mobilidade alguma, o problema é que quanto mais os povos se acomodarem e se acostumarem com esta condição mais e mais precária a condição se tornará.
As reformas devem vim de base, um sujeito leva a vida toda para formar a sua concepção de mundo , esta construção poderá originar tanto um sujeito reflexivo e engajado quanto um completo alienado social, ter um direcionar enquanto está sendo formada a construção da idéia de mundo do sujeito é fundamental para que este seja um ser atuante e pensante na sociedade . A única forma de fazer com que o sujeito evolua criticamente e motive a evolução da sociedade e tratar a educação com mais respeito, formando profissionais capazes de eliminar o pensamento comodista e autodestrutivo da alienação, pois só assim seremos capazes de construir uma sociedade mais igualitária e humana para todos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Brasis de ontem e hoje


A infância é o início da vida, nascemos pré-dispostos à dependência.O mamífero médio leva menos de sete meses para aprender a andar sozinho , enquanto nós, primatas superiores, levamos em média de um ano a um ano e meio para ficarmos de pé. Uma semelhança guia todos os filhotes de todas as espécies, pois independente de seu filo todos os filhotes de mamíferos brincam.
O ato lúdico em si é o que permite nos primeiros anos de vida do filhote que ele se prepare para as adversidades e responsabilidades da vida adulta.
O bebê humano, por sua vez é o que permanece mais tempo na fase de infância é portanto o que passa mais tempo brincando.
O exercício de brincar além de uma preparação para a vida adulta é um estímulo de recreação impreterível a condição humana, assim todos os povos e etnias, em todas as regiões do planeta comportam milhões de crianças que passam muitos anos de sua vida brincando.
Durante séculos o Brasil foi um país subdesenvolvido, e como cada criança é diferente em raça, personalidade e gênio as suas formas de brincar se diferenciam em cada região.
Por muito tempo a população de baixa renda foi predominante no Brasil, o baixo poder aquisitivo dos pais obrigava aos filhos a usar de sua criatividade e improviso na confecção caseira de seus brinquedos.
Com o passar dos anos as coisas mudaram e a situação financeira da população também mudou, o Brasil se tornou uma nação em desenvolvimento e o poder de compra dos pais brasileiros aumentou. Hoje os brinquedos têm nota fiscal e certificado de garantia atestando sua segurança e encarecendo o seu valor que muitas vezes serve como moeda de troca entre o bom relacionamento entre pais e filhos.
O que muda no final das contas não é a diversão proporcionada pelo brinquedo afinal todo brinquedo é capaz de divertir , tenha ele custado uma fortuna ou apenas alguns centavos, a diferença de fato está na capacidade que as crianças de antigamente tinham em ver brinquedo em tudo , seja em uma espiga velha ou em um botão de camisa que descosturou , hoje nossos filhos querem presentes caros enrolados em laços e com embrulho florido entregue na sacola de uma grande loja de brinquedos .
Me pergunto se será que o país enriqueceu ou foram nossas crianças que empobreceram?

Herói de brinquedo


Mais um título em cartaz, mais um herói no mercado que irá faturar milhões em bilheteria e bilhões com a licença de sua marca, logo sua imagem estará estampada em lancheiras, estojos e pijamas. Os donos do poder dizem:”―procure ser forte, belo, branco”seu filho enlouquecido quer a todo custo ter super-poderes e conseguir levantar carros, derrubar prédios e destruir inimigos sem o menor esforço.
Hoje você já sabe que sem o menor esforço não é possível conseguir nada, mas você vai ao supermercado e na gôndola do caixa a gilete que faz você ficar mais bonito, mais atraente e conquistar mais mulheres, você sabe que isto é puro apelo da mídia , mas por que você gasta dinheiro comprando aquela gilete que nem sempre é a melhor?Claro que você vai argumentar dizendo que não e manipulado e que aquela gilete independente da propaganda é mesmo muito boa, mas será que a compra da gilete não repete a dose da lancheira de herói que seu filho quer ganhar.
Durante anos recebemos uma carga de informação dizendo compre, tenha, queira, pessa e então aprendemos a querer e a comprar o ultimo modelo de TV, a ultima geração de computador, a ultima moda de Milão como se elas fossem a ultima mesmo , como se na semana seguinte eles não tivessem sido substituídos pelo mais novo ultimo.
Acabo acreditando que a melhor maneira de vencer essa batalha é se armando de conhecimento contra o arque inimigo do pensamento autônomo o temível capitalismo!

sábado, 4 de abril de 2009

Sobre limões e limonadas...


Na vida há muitos obstáculos e os nossos parecem os maiores do mundo , a verdade é que o de todo mundo parece o maior obstáculo do mundo quando na verdade não é .
Desafios fazem parte da jornada , mas são fundamentais para nos fazer crescer um pouco mais , o que importa são as escolhas , se a vida te da limões faça deles limonadas.
O processo de se fazer uma limonada é bem complexo , primeiro é preciso se tirar a fruta do lugar onde ele se encontrava tranqüila e acomodada , protegida pela árvore , amparada pelos galhos, segura de todas as formas.
Depois de arrancada ela é levada para muito longe, o que pode causar desespero. Quando ela pensa que o pior já passou vem a faca que a separa em duas partes, o que a faz sofrer além do que ela imaginava ser capaz de suportar, depois ela é espremida até perder as forças e isto a faz desejar desistir de tudo , mas então parte dela é descartada , tudo isso causa um calor insuportável , uma dor terrível que a faz ficar azeda e ácida.
Mas depois, quando ela menos espera, chega o gelo que refresca, a água que dilui e o açúcar que torna tudo mais doce.
Pode ser que agora você esteja em alguma destas fazes difíceis , mas se você não quer acabar apodrecendo sem ter a oportunidade de ser doce e refrescante na vida , tudo bem.
Mas se a sua escolha foi por tornar-se limonada, paciência, tudo têm de respeitar a ordem dos acontecimentos. As coisas na vida primeiro devem ser arrancadas, cortadas, exprimidas, sugadas, para só então ser diluídas, refrescadas , adoçadas e saboreadas.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A hora do planeta


No próximo sábado , dia 28 de março de 2009, das 20:30 às 21:30 haverá a hora do planeta , evento que pretende mobilizar a população mundial para protestar contra o aquecimento global,reconhecido como o aumento da temperatura nas regiões do hemisfério norte, circulo polar ártico e trópico de câncer, e que tem consequências gigantescas sobre o bem estar e a manutenção da vida na terra.
O evento pretende contar com muitos participantes e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a necessidade de se pensar no futuro do planeta e de tomar uma atitude que possa modificar o amanhã de nossos filhos e netos.
Mas há algo muito mais profundo nesta atitude , ao se apagar as luzes de casa por uma hora no sábado algumas famílias , amigos e parentes terão tempo de finalmente conversar, de um saber sobre a vida do outro , ou sobre cada pessoa apenas refletir sobre a sua condição no mundo ,perceber que não estamos sozinhos , que sempre temos Deus que nos guia e que convivemos com milhares de outras pessoas que merecem o nosso respeito e cuidado.
E assim com uma atitude como está que parece absurda de simplesmente desligar por apenas uma horinha a TV, internet, rádio e tudo mais que nos mantêm desligados de refletir sobre que tipo de ser humano estamos nos tornando, quem sabe uma atitude desta possa mudar a vida de muitas pessoas para sempre .
Pois não basta salvar o planeta devemos também preservar a vida que o habita

terça-feira, 17 de março de 2009

Queria que fosse mais fácil, mas às vezes não é tão simples assim , já teve a sensação que há algo que te tampa a boca e aperta a garganta? Que entope seus ouvidos e não te deixa ouvir ? eu sinto que eu não tenho mais vida que não posso fazer mais nada , que tudo as vezes é tão estranho como se eu estivesse presa em um filme que não para de passar na mesma cena e não muda nunca e não para nunca é que eu simplesmente não agüento mais....

sexta-feira, 6 de março de 2009

Cultura de supermercado


Hoje em dia vivemos um paradigma muito interessante! Por detrás de toda a banalização da sociedade que é ancorada por músicas de baixo calão e pela exploração do corpo feminino há um discurso que pretende ser contrario a tudo isto.
É o discurso da cultura, os órgãos governamentais e a sociedade em geral defende que o povo tem de ser “cultorizado” assim como os índios foram catequizados . Todos os ramos da sociedade devem se mobilizar para ensinar ao povo a cultura, até que ela tome a mente de todas as pessoas, pois este é o único meio de salvar a sociedade.
O que eles esquecem é que a cultura é elitista e quando eu digo isto não quero dizer que ela seja excludente,quero dizer que ela realmente exclui algumas pessoas, mas isso nada tem a ver com o poder aquisitivo ou com a capacidade mental dessas pessoas , mas que a cultura elege um sujeito que esteja disposto a participar do culto da cultura e é este culto que não é para todos , pois ele está a disposição apenas daqueles que se pré dispõem a aceita-lo.
Hoje exige se, e esta exigência recai principalmente nos professores, que a cultura seja trazida para vida das jovens mentes a todo custo, o que eles não desconfiam é que uma pessoa não pode aprender cultura, ela somente tornar-se- a culta se aceitar jogar dentro das regras do jogo.
Tudo hoje em dia é muito imediatista e a sociedade não pode esperar , então é impensável imaginar que uma pessoa leve a vida toda para tornar-se culta , ela deve no máximo levar os 18 anos regulares de ensino e se possível for, quem sabe,ela poderá depois fazer algum curso virtual de cultura mais profunda, conhecendo alguns nomes e decorando algumas citações em 20 aulas fácies.
Não adianta ir a uma livraria de shopping todos os sábados e entre o lanche e o cinema entrar para consumir a sua dose semanal de cultura adquirida entre um beste seller e outro folheado sofregamente , “por que os livros de hoje em dia teimam em não trazer figuras”,a edição mais comentada das revistas de fofocas. O pior é pensar que isto esgotar a sua necessidade de cultura.
O que quero dizer é que cultura não pode ser consumida como um produto na prateleira de um supermercado, ela requer um sujeito disposto e paciencioso para adquiri-la em pequenas doses todos os dias em todos os momentos e retornar a ela sempre que achar que começa a emburrecer.
O que digo é que não há como ensinar toda a arte iluminista em dois meses a uma pessoa e acreditar que isto é cultura, quando não há prazer maior que contemplar um único quadro de uma galeria por uma hora inteira e depois ir embora sem sequer ver qualquer outra ilustração dali.
Não há como aceitar que um sujeito saiba literatura sem antes comprovar em sua identidade que ele viveu mais que cinqüenta anos, porque é fundamental conhecer um livro mais do que a sua capa e resumo, é fundamental que um livro tenha um história e que esta história tenha sido construída junto com a sua , é importante que o livro tenha sido relido em momentos especiais e que haja nele dobras, marcas , anotações infinitas , grifos, orelhas e lombadas rasgadas ; que haja manchas de café de uma noite de insônia e respingos de vinho de uma noite de festa ; caso contrario este livro não foi lido. Li poucos livros em minha vida , certamente uns três ou quatro apenas , porque não há leitura sem releitura , “sem releitura de cinco vezes no mínimo”, sem poder citar trechos inteiros de memória.
Cultura é escutar uma única música a vida inteira , perceber e sentir cada mudança de tom , cada ruído diverso do som , cada momento de pausa e compartilhar da alma do musico que a escreveu.
Isto é cultura , não é estar lendo o ultimo livro da moda , ter ouvido falar de van Gogh e saber que Beethoven não é só o cachorro da “TV”.
Cultura não é para todos, nem pode ser ensinada, mas pode ser adquirida por todos e o professor pode tornar conhecido um autor , ou mostrar aos alunos um quadro, mas nunca poderá fazer com que eles sejam cultos.
Esqueça a cultura de imediatismo que querem fazer você aceitar, faça da livraria um templo e a sua visita deve ser o mais importante evento de sua agenda lotada , não é necessário comprar um livro cada vez que vá, mas reserve uma quantia para comprar pelo menos um livro bom a cada três ou quatro meses , deguste este livro por este tempo como quem come o mais saboroso prato de sua comida favorita.
Não tenha pressa, o tempo passará e um dia você será surpreendido por já ser um a pessoa culta , mas quando isto acontecer você nem vai mais dar importância !

terça-feira, 3 de março de 2009

Ser diferente... é diferente...

Nenhum ser humano é igual ao outro,nem mesmo gêmeos univitelinos , que são muito parecidos são iguais , cada ser tem suas particularidades.Frente a mesma situação cada sujeito reage de uma forma que é só sua.
Até mesmo irmãos que receberam a mesma educação, que passaram por experiências muito semelhantes e foram criados de uma mesma maneira têm formas de se relacionar com o mundo diferentes.
Mas ser diferente é bem diferente ... em um mundo em que cada sujeito é tão diverso do outro parece que ser diferente é a coisa mais difícil que existe.
Seja diferente pelo comportamento que tem ou por uma inabilidade motora que possua ou por uma forma de pensar que não seja igual a de todo mundo ou porque gosta de amarelo quando quase todo mundo gosta de azul.
Ser diferente é diferente e por isto temos tanto preconceito, tanta discriminação e tanta gente que acha que quando o próprio umbigo está bem tudo está bom.
Hoje a acessibilidade não é total , nem parcial , na realidade é uma coisa especial, visto que poucos lugares possuem. Para um portador de deficiência auditiva por exemplo ir ao cinema é uma tarefa um pouco difícil , poucos cinemas possuem adaptações que façam com que sua diferença seja respeitada como a diferença de tantos outros, para um deficiente visual se formar em uma universidade ele terá primeiro que passar por uma saga de limitações que façam com que sua diferença não seja assim tão diferente.
Ora,não é verdade que um tem cabelo enrolado , outro lisinho , um é magro e altão , outros não, uns correm de tênis outros de rodinhas , uns pintam o cabelo de verde , outros de amarelo, uns são inteligentes e não escrevem tão bem , outros não são tão inteligentes , mas tudo bem.
Cada um é diferente do seu modo , mas por que em um mundo onde todo mundo é diferente é tão difícil ser diferente , será que não chegou a hora de ver beleza, sonhos e potencial em cada olhar que é ao mesmo tempo tão parecido e diferente do seu?Cada um é especial da sua maneira e esta maneira é bem diferente da sua maneira mas mesmo assim tão boa e eficiente quanto.

Será um apartheid social?


Hoje centenas de pessoas estão se isolando em ilhas de individualidade e injustiça, a melhor maneira de isolar os mais agraciados financeiramente e os menos afortunados é separá-los de maneiras bem distintas .
A prática em isolar ricos e pobre tem a cada dia ganhando mais força, amparadas pela desculpa da violência as pessoas com maior poder aquisitivo tem se refugiado em condomínios de luxo, em carros fechados , em elevadores sociais.
Será um apartheid social? Está palavra (apartheid) utilizada para designar o regime segundo o qual negros e brancos da África do Sul devem viver separados pode ser utilizado por nós, brasileiros, para caracterizar uma outra forma de apartheid que certamente não separa negros e brancos , mas ricos e pobres.
Em um país onde as desigualdades sociais sempre foram alarmantes não é surpresa que portas, lombadas, cancelas e guardas afastem a população mais humilde dos mais ricos.
Me pergunto no entanto aonde vamos parar? Teremos também , como na África do Sul de precisar de passes que garantam a nossa possibilidade de transitar por redutos ricos , seja para fazer uma faxina , cuidar do jardim ou simplesmente para entregar um jornal ou revista , como já ocorre em muitos condomínios?
Ou teremos força para lutar contra o sistema assim como Nelson Mandela e tantos outros africanos de coragem?
Até quanto aceitaremos este apartheid camuflado de segurança dos tempos modernos?
Temos de tirar as vendas senhores...as vendas que nos obrigam a olhar em uma única direção e aceitar tudo que nos é empurrado “goela” abaixo!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

viajar

“Viajar ,perder países , ser outro constantemente” ...dizia aquele Pessoa famoso . Ser outro constantemente ? É isto viajar? Ou é apenas mudar o seu olhar para um endereço provisório e deixar um restinho de coração no endereço antigo ?
Você também percebe o peso da viajem? Se for de férias então ... nem se fala , é uma imposição para ser feliz , para descansar, para esquecer o que ficou... afinal tiramos férias também de problemas e tristezas? Mas como se os problemas e as tristezas fazem parte da pessoa que você é.E quando estou trabalhando e estudando as vezes me pego cometendo o sacrilégio de estar feliz e relaxada mesmo não estando de férias.
Acredito que se nas férias formos menos cobrados e cobradores da felicidade estaremos mais dispostos a ser felizes , porque do jeito que está eu me sinto no meio das férias com vontade de tirar férias das férias e voltar a rotina , ter de acordar cedo , cumprir prazos, engolir sapos.
Será que só eu sinto falta destas coisas nas férias?
Quando era mais nova queria que as férias acabassem logo , final de férias para mim era só alegria , caderno novinho , pronto para receber letra, receber gráfico, receber começo de poema e adesivo só pra enfeitar, então , quando tava todo mundo louco para chegar as férias eu ficava louca para chegar o final das férias.
Tá! Eu sei!... coisa de maluco não gostar de férias , até que concordo , mas coisa de maluco querer determinar uma época do ano para ser feliz , onde já se viu dizer olha sábado e domingo , no máximo sexta feira depois das seis da tarde é hora de ser feliz , outros dias da semana você que não ouse uma gargalhada. De Dezembro até finalzinho de fevereiro é época de fechar a cara , colocar um punhado de “ai que saco” na garganta e suportar heroicamente até as próximas férias .
As vezes me sinto forçada a ir com a maré , parece mesmo absurdo ficar feliz segunda de manhã , faltando 15 dias para o pagamento, mas é que as vezes não dá , eu sinto doendo assim no cantinho da boca , a garganta parece que engoliu um novelo de lã, eu sinto alguma coisa saindo e sem perceber estou, acreditem , fora das férias em plena segunda feira de agosto dando bom dia , sorrindo a toa, em plena segunda, acredita?
Fazer o que? Acho que sempre vai ser assim ,vou ficar emburrada as vezes em plenas férias e super feliz no meio de outubro tumultuado fazer o que só quero estar livre do fantasma do “fica feliz”,” agora fica triste” ?